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Uxmal, obra-prima da Arquitetura Maia


Pouco se sabe da origem dessa cidade-estado maia, no entanto se conhece como a época do seu apogeu a última fase do Período Clássico (entre 800 e 1000 d.C.), quando as poderosas cidades-estados maias, Palenque, Copán e Tikal, estavam sendo gradativamente abandonadas.


Poderosa, Estendeu seu domínio até as cidades vizinhas de Kabah, Labná, Xlapac e Sayil, juntas se destacaram no emprego de uma arquitetura refinada e elegante, conhecida como "estilo puuc".


Acredita-se que Uxmal foi o centro que alcançou o maior desenvolvimento político e econômico da área puuc. Ao contrário de outras regiões da Península de Yucatán, não possuía cenotes e havia escassez de água, podendo ser esse o motivo de tantas esculturas dos deus da chuva, Chac,  nas fachadas de suas construções, atestando a importância desse culto.

De todos os sítios maias, esse foi o que achei mais fascinante. É notável a mistura estilística, onde estão presentes elementos maias e toltecas (expressa pela serpentes esculpidas).


O Estilo Puuc apresenta mosaicos de pedra que revestem as partes superiores das fachadas dos edifícios. Gregas, animais estilizados e meias colunas formam frisos.
Começamos a visita pela  Pirâmide do Adivinho, com 35 m de altura e base elíptica. Formada por corpos sobrepostos representando diferentes etapas construtivas (em torno de cinco, entre os séculos 6 e 10 d.C.), com estilos arquitetônicos diversos. Em cada etapa foi erguido um novo templo sobre o anterior.Verifica-se nas laterais da escadaria uma filheira de máscara do deus Chac. E essa imagem se repete na parte superior da pirâmide (IV templo) que apresenta um vão que é a boca da gigantesca máscara.


Fachada Leste

Fachada Oeste


Da fachada oeste da pirâmide, voltada para um pátio interno, atravessamos uma estrutura baixa com um pórtico que se abre para o Quadrilátero das Monjas (Cuadrangulo de las Monjas).


Ainda não se sabe qual foi a função exata desse complexo de edifícios. O nome foi dado pelos espanhóis que acharam parecido com as celas de um convento. São 47 salas dispostas em torno de um pátio. Máscaras do deus chac, serpente emplumada, treliças e motivos geométricos estão finamente trabalhados em mosaico de pedra. Uma verdadeira obra prima da arte maia.



Saímos do Quadrilátero e atravessamos o campo do Jogo de Pelotas em direção à Grande Pirâmide , onde uma escadaria de 30 m leva ao templo no topo (Templo Mayor).




Em seguida foi a vez da Casa das Tartarugas (por conta desses animais estarem esculpidos na cornija) e do Palácio do Governador. Este último considerado a obra-prima do estilo puuc, com uma fachada em sua parte superior com máscaras de chac e desenhos geométricos em treliças ou gregas.

Palácio do Governador




O Trono do Jaguar  está em frente ao Palácio e tem a forma de uma onça com duas cabeças.




Finda a visita a Uxmal, partimos em direção a Kabah.
Como ir|
Uxmal fica a 80 km de Mérida. No momento não há ônibus que levem direto ao sítio. Se quiser ir dessa forma, a alternativa é algum ônibus que ligue Mérida à Campeche e que passe próximo ao sítio. No entanto, na volta pode ser mais difícil conseguir vaga. Por isso o melhor é ir em algum tour que parte de Mérida. Outra opção é alugar um carro.

Como fui|
Contratei um tour coletivo no hotel em que estava hospedada. Além de Uxmal também fizemos uma visita a Kabah e passamos por Santa Helena. Gastamos 1 hora de viagem de Mérida à Uxmal. O passeio todo durou cerca de 8 horas.

Quanto|
525 pesos mexicanos. O tour incluiu almoço (2015).
165 pesos mexicanos(bilhete para Uxmal)
47 pesos (bilhete para Kabah)

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