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Machu Picchu


Desde que foi encontrada por Hiram Bingham em 1911, Machu Picchu passou a ser o símbolo de uma das civilizações mais desenvolvidas do continente sul americano. E por conta de sua grandiosidade é, ainda hoje, objeto de especulações.


Entre seus terraços agrícolas e construções de pedra guarda seus segredos e mistérios: como foi construída? Quem nela morava? Qual era a sua finalidade? Por que e quando foi abandonada? Centro religioso? Observatório astronômico?


E não faltam teorias de todo o tipo, até a que se atribui aos extraterrestres o mérito de sua construção! Com a ajuda desses ou não o fato é que a evolução do conhecimento, aqui, independe da tecnologia. Apesar de não conhecerem a roda, foram capazes de elaborados cálculos que os permitiram transportar esses enormes blocos de pedra e construírem com uma sofisticada e precisa engenharia.


Acredita-se que os invasores espanhóis não chegaram a conhecê-la, já que não há relato histórico de sua existência. É provável que tenha sido abandonada antes de sua chegada ao continente e por algum motivo poderia ser até mesmo desconhecida da população na ocasião, ou mesmo era, de fato, objeto de segredo até para os próprios incas, com acesso restrito a uma elite de governantes e sacerdotes.


O fato de não ter sido encontrado objeto de valor, fala a favor de que foi abandonada completamente por seus moradores. Só deixando para trás peças de cerâmica e ferramentas. Há hipóteses para explicar o abandono, entre elas, uma epidemia, uma invasão de tribos da floresta ou castigo com pena de morte para uma população que pode ter se rebelado contra autoridades de Cusco.


Porém muitos comentários acusam a  expedição de Bingham  como responsável pela retirada de objetos de valor. Sabe-seque, atualmente, o governo peruano reivindica parte do que foi tirado de Machu Picchu naquela ocasião. Se vai conseguir, só o futuro nos dirá.


Havia boatos entre os nativos sobre uma cidade no meio das altas montanhas, embora de localização desconhecida. Quando foi encontrada estava completamente coberta pela vegetação, semidestruída pela ação do tempo.


Batizada desde a sua descoberta com o nome de origem quíchua, Machu Picchu significa “Velho Pico”. Mas, o seu nome original ninguém sabe e como os incas não possuíam escrita, provavelmente nunca saberemos.


A cidade é dividida em dois setores: o agrícola, dividido em terraços em forma de escadas, e o urbano, constituído por moradias, oficinas, templos e palácios, unidos por uma rede de escadarias e entremeados por praças.




Nas áreas menos nobres, as construções não tinham o mesmo esmero no encaixe das pedras. Mesmo assim, a arquitetura é primorosa.



Com rede de caminhos e escadas íngremes se chega às partes mais altas, entre elas, o Intiwatana (a pedra onde se amarra o sol, em quéchua), um tipo de relógio, que marcava a posição do sol e dos demais astros, permitindo determinar as distintas épocas do ano.


... Por cerca de duas horas subimos e descemos escadas acompanhando o guia, que como todos os outros, não se cansava de enaltecer a habilidade e técnica empregada nas construções incas.


...Cansei e parei diversas vezes, aproveitando esses momentos para fotografar. Acabada a visita guiada, ainda permaneci por um bom tempo na misteriosa Cidade dos Filhos do Sol.


... E foi assim que terminei minha visita à Machu Picchu, que começou após uma tranquila noite de sono e um café da manhã reforçado no Hotel Presidente em Águas Calientes (Machu Pichu Pueblo), de onde me dirigi ao ponto dos ônibus que nos levam até a portaria principal.


...Após 30 minutos de uma íngreme, estreita e sinuosa estrada de terra chegávamos ao nosso destino. Ali permaneci por cerca de cinco horas.


...Confesso que não senti qualquer vibração energética especial, mas fiquei impressionada com a grandiosidade daquela obra em meio a montanhas de difícil acesso. Deixei Machu Picchu, mas as mesmas dúvidas continuaram sobre uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno e Patrimônio Mundial declarado pela UNESCO em 1988.



Veja também: Machu Picchu -  dicas

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