Pular para o conteúdo principal

Mal de Altitude



Distúrbio causado ao se deslocar para local muito elevado sem que haja uma adaptação adequada aos baixos níveis de oxigênio existente na atmosfera. As manifestações podem variar de leves a graves e depende da suscetibilidade individual.
Em grandes altitudes a concentração de oxigênio é baixa, o que pode levar a uma diminuição da oxigenação sanguínea e o surgimento de alguns sintomas como dor de cabeça, falta de ar, taquicardia, náuseas e vômitos, fadiga e insônia (Mal da Montanha). Em alguns casos, raros, os sintomas podem ser mais graves e surgir edema pulmonar e/ou cerebral.
Praticamente é inevitável algum sintoma aparecer, principalmente acima de 2.900 metros de altitude. Porém, os corpos são diferentes e se aclimatam em tempos e formas diversas. No meu caso, enquanto estive em altitudes superiores a 2.700 m.s.n.m.(Peru, Bolívia e Deserto do Atacama) senti, sempre, falta de ar aos esforços, mas que passava rapidamente com um breve descanso. Nenhum outro sintoma a mais surgiu.
Algumas medidas que são utilizadas para amenizar os sintomas:
  • Evitar o excesso de atividades nos primeiros dias. Fazer caminhadas leves e se sentir muito cansaço e ficar ofegante, pare e descanse, faça tudo devagar. Caso não melhore retorne  ao local onde estiver hospedado.
  • Mudar de altitude aos poucos, fazendo o percurso por terra contribui para a aclimatação.
  • É prudente evitar o fumo, o álcool e comer em demasia.
  • Aumente sua hidratação para 3 a 4 litros de líquidos por dia.
  • O chá de coca serve? Apesar de não haver nada comprovando a eficácia desse chá, é tradição no Peru e Bolívia para combater os efeitos da altitude.  Eu bebi várias vezes, o de muña também. Se foi o responsável para evitar o surgimento dos outros sintomas, eu não sei. Mas não evitou a falta de ar, apesar de não ter tido maiores consequências. Também é indicado mascar as folhas da coca. Fazia isso ao terminar de beber o chá. Há a opção de bombons e balas a base da coca, as quais recorri  algumas vezes.


Atenção: Alguns países proíbem o uso da folha de coca, mesmo que seja para um inofensivo chá.
  • Na viagem ao Peru e Bolívia para aliviar os sintomas també utilizei o soroche pillum comprimido que é de uso comum e vendem livremente nas farmácias. A eficácia aqui também não foi comprovada.

  • Caso tenha algum problema prévio pulmonar ou cardiovascular, consulte um médico antes de viajar para altas altitudes.
  • Algumas vezes senti necessidade de oxigênio e utilizei um armazenado em vasilhame portátil, que há nas farmácias.


Atenção: Se surgirem alguns desses sintomas, procure assistência médica imediatamente!
– Tosse, com expectoração espumosa ou com sangue
– Falta de ar mesmo em repouso
– Perda de coordenação na fala ou motora
– Alterações visuais
– Excesso de fadiga, sonolência
– Alucinações

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A caminho do Peru pela Rodovia do Pacífico

No início do século XX, o então chefe da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus, engenheiro Euclides da Cunha, desembarcou na Amazônia com o objetivo de demarcar os limites territoriais nas longínquas fronteiras com o Peru. O autor de Os Sertões já vislumbrava a possibilidade da unificação do continente sul americano por meio de uma rodovia que ligasse o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. No entanto, isto só se tornaria possível um século depois, com o esforço conjunto dos governos brasileiro e peruano na execução de uma ambiciosa obra que tem o nome oficial de Corredor Viário Interoceânico Sul. Apesar das adversidades, o homem andino, em diferentes épocas, conseguiu estabelecer diversas vias de comunicação. Estradas de ferro pelas encostas das montanhas e rodovias conservadas, outras nem tanto, mas que conseguem superar grandes altitudes. Porém, ainda é possível encontrar em algumas regiões, caminhos que não são mais que um rast...

A Arte Cusquenha

Ao conquistar Cusco em 1534, os espanhóis não só iniciam mudanças profundas na história política do Império Inca, como também transformações na história da arte americana. O encontro de duas culturas fez surgir uma nova expressão artística, tendo a pintura colonial desenvolvida na cidade peruana de Cusco como resultado da confluência da tradição barroca trazida pelos colonizadores espanhóis com a arte dos indígenas americanos. Com o objetivo de catequizar os incas, muitos missionários partem para a colônia para converter a alma pagã à religião católica. Para isso utilizaram a pintura como arte eclesiástica. Assim escolas foram criadas, dando origem ao primeiro centro artístico pictórico das Américas. A grande maioria das obras da Escola de Cusco se refere a temas sacros, onde a imagem aliada à palavra seria o único meio de difundir o catolicismo. Assim estão presentes nas obras a glorificação de Jesus, a Virgem Maria e santos, o Juízo Final com as glórias do Paraís...

Os Incas

Passado o grande dilúvio, o deus criador fez surgir do alto de uma montanha nas proximidades do Lago Titicaca oito irmãos (quatro homens e quatro mulheres), que juntos caminharam pelos Andes conquistando as terras e dominando os povos que aí existiam. Não sendo oito irmãos, teriam sido dois: Manco Capac e Mama Ocllo. Os primeiros a serem criados pelo deus sol com a função de fundar o reino. Não sem antes peregrinarem até que o bastão de ouro de Manco Capac ficou totalmente encravado na terra. Ali surgiria o centro do Império Inca, o “umbigo do mundo”, onde hoje é a atual Cusco (Qosqo, em quéchua). Na ausência de relatos escritos, a imaginação vai ocupando seu espaço e surgem lendas para contar a origem do Império Inca. Porém, o mais provável é que possam ter sido aldeias, personificadas nas lendárias figuras, que em dado momento se uniram e deram origem ao povo inca. Ou até mesmo que lá chegaram quando já existiam outros povos em seus ayllus (aldeias de ...