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Paraguai - Dicas


Verdade seja dita, mas existe sim um certo preconceito com relação ao Paraguai. Basta se mencionar o nome do vizinho e lá se vem a ideia de “muamba” produtos falsificados, receptadores de carros brasileiros roubados, etc, etc.  É fato, ninguém que eu conheça se refere ao país como um destino para visitar, mas sim como um lugar onde se pode fazer compras de produtos “baratos” , que não deixa de ser um lugar repleto de “muambeiros”. Tudo bem, eu tive essa impressão ao ir por lá a primeira vez, na atual Ciudad del Este, que na época ainda se chamava Puerto Presidente Stroessner, em 1989.
Mas o Paraguai é muito mais que isso. Tem um povo muito agradável, boa gastronomia, uma capital relativamente segura e com boas atrações, tem as Ruínas Jesuíticas que são Patrimônio da Humanidade, possui uma geografia contrastante onde se pode encontrar regiões de mata úmidas, mas também o seco Chaco, além da presença de vários rios, que são propícios à arte da pesca.
Claro que não deixa de ter as mazelas dos países sul americanos, dentre elas a pobreza da sua população, os transportes precários, as estradas ruins, o lixo na rua de algumas cidades e por sua localização, é um dos países mais quentes do continente. Mas para mim, sim, valeu a pena conhecer o nosso vizinho e para saber um pouco mais antes de ir, dê uma olhada nesse post aqui.
Agora que você já se informou um pouco mais sobre o país vizinho, eu deixo aqui umas dicas que podem auxiliar, se o preconceito for embora, e resolva dar uma esticadinha até o Paraguai.
O que ver|
Não, aqui não vou falar de turismo de compras, mesmo porque essa não é a minha praia. Dessa forma eu vou indicar o que tem de melhor no país, e nesse caso eu me refiro ao  seu patrimônio histórico.
Tire dois dias para a capital, Assunção, uma típica cidade sul-americana, onde os contrastes são evidentes e resultado das mazelas que nortearam os países desse continente: colonialismo, exploração, ditaduras e corrupção. Mas a cidade tem seus encantos: um povo simpático, de hábitos culturais com influência indígena, tanto na gastronomia como na língua (9 entre 10 paraguaios falam em guarani).
                                    
Palácio Lopez
Se o interesse for histórico, opte por ficar hospedado no centro, onde estão os principais prédios e monumentos: o Pantéon Nacionale de los Heroes, a Catedral Metropolitana, o Cabildo, o Palácio Lopez e a Casa de la Independencia, que merece uma visita.
                                     
Cabildo

Em seguida se dirija à Playa de la Costañera, que não serve para banho, mas de observação da baia de Assunção. Para completar o dia vá conhecer o bairro Loma de san Jeronimo, com suas casinhas coloridas, seus passeios e passagens.
Deixe para o dia seguinte uma visita ao Museu do Barro, onde estão coleções de arte indígena e mais de 4.000 peças produzidas desde o século 17, como também uma coleção de arte contemporânea.
A minha sugestão é de que se já está por aqui, encare a estrada, são cerca de 5 a 6 horas de Assunção até Encarnacion, cidade na fronteira com a Argentina e base para conhecer a maior atração turística do Paraguai e Patrimônio da Humanidade, as Missões jesuíticas de Trinidade e de Jesus de Tavarangue.


Dali é possível atravessar para a Argentina, chegar em Posadas, e depois seguir até a fronteira brasileira em Foz do Iguaçu, ou retornar a Assunção.

Quando ir|  Qualquer época. Porém a melhor é durante os meses de inverno (de Maio a Setembro), que tem temperaturas um pouco mais baixa e chove menos. O verão é muito quente e chove muito.
Como Ir|
Do Brasil

De avião: Há voos partindo de São Paulo para Assunção.
Por rodovia: Pode-se ingressar no Paraguai por meio rodoviário, fazendo a travessia em Foz do Iguaçu, onde se chega à Ciudad del Este, cruzando a ponte da Amizade. Por Ponta Porã, via Pedro Juan Caballero, separadas pelo rio Paraguai; e também por  Saltos del Guaíra.
Da Argentina: A travessia por terra se dá por posadas, atravessando a ponte que a une à Encarnacion. Foi a forma que utilizei para chegar ao Paraguai. Também pode-se partir de Clorinda, no Chaco argentino, para Assunção.
Da Bolívia: Existe uma travessia, porém é pouco frequente.

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