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Visitando o Deserto do Atacama


O que significa árido? E seco?
Até aquele dia pensava que tivessem significados semelhantes, mas estava enganada. Como ninguém soube ou quis responder, o guia passou a nos dizer qual era a diferença.

"Seco é um lugar onde ocorre pouca ou nenhuma precipitação de chuvas. Árido é onde não existem condições adequadas para que se haja alguma forma de vida".
E assim é o Deserto do Atacama!


Ao norte do Chile, em pleno altiplano andino, entre o Pacífico e a Cordilheira dos Andes se encontra este deserto, rico em atributos naturais e pleno em histórias.


Para se desfrutar da exuberante paisagem composta por vulcões e montanhas com picos nevados, lagoas azuladas, dunas e formações rochosas peculiares que se estendem por 180.000 km² de área a mais de 2.500 m.s.n.m. San Pedro de Atacama é a melhor base de apoio, que apesar de não ter quase atrativos, tem toda a infraestrutura turística necessária e um entorno privilegiado.


O que  eu vi por lá?
As Lagunas Altiplânicas a 4.000 m.s.n.m. estão localizadas dentro da Reserva Nacional Los Flamencos. Um cenário surpreendente a cerca de 110 km de San Pedro de Atacama.



Há centenas de anos existia um lago salgado, que ao desaparecer restou uma superfície de sal com cerca de 3.200 Km², entre a Cordilheira dos Andes, a oeste, e a Cordilheira Domenico, a leste.




Esta área está localizada na Cordilheira de Sal, formada há 23 milhões de anos e composta de rochas sedimentares e diversos minerais, dentre eles o gesso, a argila e o sal.



Essas foram as minhas opções do que ver. Mas há muito mais para quem dispuser de tempo e disposição. E aqui eu destaco: 
  • Gêiseres Del Tatio
O passeio começa às 4 h da manhã, a estrada é precária, chega-se até 4 600 m.s.n.m. e temperaturas abaixo de zero. Vá preparado para tais situações. A recompensa é ter um amanhecer no topo presenciando o espetáculo dos gêiseres.

Mas, porque tão cedo?
Apesar dos gêiseres estarem lá permanentemente, os grandes jatos só ocorrem quando há uma grande diferença de temperatura entre a água e o ambiente. Como eu já tinha visitado os gêiseres da Bolívia, preferi não ir, mas recomendo esse passeio, no entanto, deixe-o para os últimos dias, quando se espera que esteja mais adaptado à altitude.

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