Principal sítio histórico da Bolívia, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade em 2000 pela Unesco. As ruínas são de uma das mais importantes civilizações pre-colombianas que se desenvolveu no Altiplano Boliviano.
Apesar de ainda ser controverso, acredita-se que esse povo tenha surgido de uma aldeia que vivia da agricultura baseada em plataformas de cultivo por volta de 1200 a.C. Teve o seu apogeu entre o século 5 e 10 da nossa era, quando desenvolveu a metalurgia (uso do cobre na produção de ferramentas) e o comércio.
Não se sabe o motivo, mas teria desaparecido definitivamente no século 12. Especula-se que a ocorrência de alterações climáticas tenham contribuído para a sua extinção. Mesmo assim os demais povos do Altiplano, inclusive os incas, tiveram forte influência dessa cultura.
Durante séculos o poderoso império que dominou o altiplano construiu um sofisticado complexo arquitetônico, parte dele representado pelas ruínas hoje expostas. O aspecto monumental dos edifícios levou muitos arqueólogos a considerar Tiwanaku como um enorme centro cerimonial, onde se veneravam os deuses e praticavam cultos relacionados com a observação dos astros.
Também foram identificados, nas áreas circundantes, restos de grupos residenciais. Porém ainda não encontraram outros vestígios que revelem em definitivo qual a função desses edifícios monumentais. Daí surgirem muitas especulações.
Sabe-se que muitos dos monumentos ainda estavam em pé quando os espanhóis lá chegaram. No entanto estes foram responsáveis pelo saque e destruição do que restara do complexo e utilizaram as pedras nas suas próprias construções.
Na área do sítio histórico há espaços onde estão sendo feitas escavações, pois parte das ruínas ainda está enterrada e o acesso é restrito.
Akapana
Grande pirâmide truncada formada por sete plataformas sobrepostas. Os terraços foram construídos com terra, argila e pedras.
Numa área mais afastada estão os vestígios de um grande edifício, o Pumapunku. Há uma estrutura de plataformas, sólidas colunas de base quadrada, fragmento de muro decorado com friso e fragmentos esculpidos com motivo do losango escalonado (relacionado ao culto do Sol?)
Templo Kalasasaya
Plataforma com um pátio semi-enterrado, onde estão o Portal do Sol e dois monolitos (Fraile e Ponce).
Monólito Fraile |
Monólito Ponce |
O Portal do Sol
Feito em uma placa de andesito. O friso que decora seu umbral possui a figura de uma divindade segurando uma espécie de vara (cetro serpentiforme) em cada mão. Conhecido com "Deus do Arco" e por outros como "Viracocha" , também lembra o "Deus das Varas" de Chavin de Huantar, o que sugere vínculos entre esses dois centros religiosos, bem distantes no tempo e no espaço. Mistério...
A figura está ladeada por aves antropomórficas (demônios? seres míticos?). Acredita-se que o conjunto se tratava de um calendário agrícola.
Templo Subterrâneo
As paredes internas desse templo estão decoradas com figuras de cabeças humanas talhadas em pedra, que podem ser a representação das cabeças cortadas dos inimigos "Cabezas Trofeo".
Tiwanaku ou Tiahuanaco se localiza a 72 km de La Paz e a 3870 m.s.n.m. Está ligado à capital por uma rodovia em adequada condição de conservação, gastando-se um pouco mais de uma hora de viagem. No caminho há um mirante de onde se pode ver no horizonte o Lago Titicaca, se o tempo não estiver nublado.
Transporte público - Há vans e ônibus que partem do Cemitério Central de La Paz e te deixam na portaria das ruínas, cerca de 01:15 depois.
Excursão - Várias empresas organizam passeios de dia inteiro, buscando e levando de volta ao hotel, muitas vezes incluindo o almoço no circuito.
O Bilhete de ingresso |
Quando| Diariamente, das 9:00 às 18:00 h
Como fui
Apesar da Bolívia possuir um grande potencial turístico, tanto do ponto de vista histórico quanto de belezas naturais, ainda é muito precária em relação à infraestrutura, principalmente para quem prefere utilizar os serviços públicos de transporte. Sabendo disso, preferi contratar uma empresa de turismo para a minha visita à Tiwanaku.
Não que não se possa ir por conta própria e em transporte público, pode sim, mas terá que enfrentar o desorganizado sistema de transporte do país. A outra opção é reservar um taxi, mas só vale se tiver com quem dividir o valor da tarifa. Portanto, recomendo para quem estiver pensando em conhecer esse sítio histórico contratar um tour de alguma agência de turismo, que geralmente sai pela manhã e dura cerca de 8 horas.
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