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Peru - Dicas


Sabe-se que a ocupação do território peruano se iniciou com a civilização Caral há mais de 5000 anos. Desde então vários povos se instalaram, dominaram e foram dominados até a chegada do colonizador espanhol. Desse passado ficaram magníficas amostras de épocas gloriosas. Portanto há muito para se conhecer no país, além de Machu Picchu que é a atração principal. 

O Peru me surpreendeu pela sua diversidade, pelos costumes diferentes, pela cada vez mais famosa e internacional gastronomia, resultado da miscigenação desses povos. Mas foi a rica cultura desse país, resultado de milênios de história, que me encantou e deixou fascinada a ponto de pretender retornar e conhecer um pouco mais, especialmente da sua capital, Lima, e da parte norte do país. O que se concretizou cinco anos após a primeira visita.

Em Lima o trânsito confuso? é, com muita buzina, carros bem e pouco conservados, taxi sem taxímetro e pouco transporte público. O céu está quase sempre nublado, mas também quase não chove o que garante o passeio, pelo seu Centro Histórico, pelos bairros que ladeiam o Pacífico, como Miraflores e Barranco, com seus rochedos gigantes.


Apesar da cidade está próxima à linha do equador, não padece de temperaturas excessivas por conta da corrente marítima de Humboldt que esfria as águas do Pacífico, amenizando o clima.

Para quem gosta de visitar museus, recomendo pelo menos dois que estão localizados no bairro de Pueblo Libre: O Museu Larco e o Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru. Mas a capital peruana tem muito mais e por isso dedique no mínimo três dias a ela (veja aqui).

Quem viaja ao Peru tem como principal objetivo chegar em Machu Picchu. No entanto, muitos outros lugares daquele país me encantaram como a riqueza cultural de Cusco; a beleza do Lago Titicaca e suas ilhas flutuantes de Uros e  a ilha Taquile; o grandioso Cânion del Colca e a exuberância das Ilhas Ballestas, além das enigmáticas Linhas de Nasca. 

Quando ir| A melhor época para se viajar ao Peru dependerá da região de destino. Levando em conta o clima e a altitude observar que, na região da costa, principalmente ao norte, pouco chove e há sol na maior parte do ano, mas ao sul as águas são frias, não sendo ideal para praia. Na região andina, a melhor época é a do inverno (pouca chuva, porém mais fria), apesar de ser a alta estação e haver muito turista. Para quem vai fazer a Trilha Inca o ideal é entre junho e agosto. Na região da selva amazônica, que chove o ano todo, o melhor é evitar o período entre novembro e abril, pois pode ocorrer enchentes. No geral a melhor época para ir ao Peru é entre abril e outubro.

Como ir|
Via aérea: Voos internacionais  chegam e partem do Peru pelo Aeroporto Internacional Jorge Chaves, na região metropolitana de Lima.
Via Terrestre: Os acessos para o país são a partir do Chile, pela Rodovia Pan-americana de Arica para Tacna, no Peru (Fiz esse percurso em 2011, em um coletivo); da Bolívia, de Copacabana para Puno (realizei o percurso inverso, veja aqui); do Brasil, de Assis Brasil, no Acre para Iñapari (pela Rodovia do Pacífico eu fui, veja aqui). Do Equador, chegando em Tumbes.

Rodovia do Pacífico
Via fluvial:  É possível chegar no Peru utilizando rios. Do Brasil, através de Tabatinga chegando em Iquitos. Não é uma viagem para todos, só para corajosos, pacientes e destemidos, pois são dias navegando pelos rios da Amazônia.

Via Marítma: Há quem chegue no Peru a bordo de cruzeiros. O desembarque se faz no Porto de Callao, 30 km de Lima.

Na fronteira| No Serviço de Imigração, quer esteja chegando por terra, de barco ou de avião, não deixe de ter seu passaporte carimbado (se estiver usando) e guarde o seu comprovante de entrada no país, que lhe será exigido na saída. Em algumas alfândegas terrestres há serviço de verificação de bagagens por RX, como na fronteira com o Chile, em Tacna. Porém não existia quando cheguei ao Peru em Iñapari (fronteira com Brasil), nem na fronteira com a Bolívia, em 2011.


Transporte interno|
Se a locomoção for por via aérea, o país dispõe de algumas companhias, além da LATAM, com rotas entre as principais cidades (StarPeru, Peruvian, LCPeru). É seguro e relativamente barato. Uma boa opção para grandes  deslocamentos.

Já fiz  algumas viagens de ônibus no Peru e não tenho o que reclamar. É fato que sempre escolhi as melhores empresas, mas segurança e um certo conforto são fundamentais para viagens por terra. Como meio de transporte mais utilizado, há empresas que atuam em determinada região e algumas de alcance nacional. As maiores têm terminais próprios, ônibus com diferentes classes de serviços (opte pelo VIP) e vendem o bilhete por site. Obviamente são mais caros do que os ônibus de empresas menores (com serviço que deixa a desejar, como também no item segurança).

Terminal da empresa Flores/Tacna
Em todas as vezes que utilizei as empresas de ônibus com terminais próprios, a bagagem é despachada previamente (como se fosse embarque em aeroporto), antes de subir no ônibus temos as bolsas de mão revistadas com detector de metais e após todos serem embarcados, sobe um funcionário com uma câmera na mão filmando todos os passageiros. Gostei dessas medidas de segurança.
Chiclayo
Uma outra categoria de transporte terrestre são os coletivos. Geralmente vans ou combis, nem sempre em bom estado de conservação. Normalmente só partem quando estão com a lotação quase completa e no caminho há parada para subida e descida de passageiros. É um meio muito utilizado pela população local e são mais baratos. Em alguns casos é a única opção no momento. Foi o que aconteceu comigo ao me deslocar de Iñapari até Puerto Maldonado.


Viajar por terra é uma uma experiência inesquecível. Além das maravilhosas paisagens, da passagem por vilarejos típicos, dificilmente se escapará das subidas por serras e estradas sinuosa.


Para Entrar no clima|

Sites úteis|

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