Pular para o conteúdo principal

A Caminho de El Chaltén


De El Calafate para El Chaltén são 220 km e cerca de três horas e meia de viagem por uma rodovia quase toda asfaltada. A maior parte da viagem com belas paisagens na janela. As empresas de ônibus geralmente saem pela manhã e há possibilidade de se voltar no mesmo dia para El Calafate. Mas como  as maiores atrações da pequena cidade são as trilhas, vale mais a pena pernoitar por lá, pelo menos um dia.

14/01/2009

... Às 06:00 horas já estava acordada. Desayuno tomado, fotos clicadas no lindo salão de refeições do Hostel, fiquei aguardando o taxi para o terminal rodoviário.



Ali muitas pessoas aguardando o embarque para El Chaltén. Como sempre, a grande maioria de europeus com suas mochilas. Dois ônibus da Chaltén Travel estavam saindo no mesmo horário. E assim, passando um pouco das oito horas da manha, estávamos acomodados e deixando para trás a cidade de El Calafate.



... Seguindo pela Rota Provincial 11(RP 11) e tendo à esquerda o Lago Argentino, cerca de 30 km após chegamos a Rota 40, que é a maior estrada do País, com 4667 km. Apesar de uma boa parte já esteja pavimentada, ainda encontramos alguns trechos em rípio.



... A RN 40 tem um percurso que nos oferece belas paisagens de lagos e montanhas. Ainda em estrada de rípio, do ônibus consigo imagens de uma formação rochosa interessante.




... Margeando o curso do rio, a única parada se dá na Pousada  La Leona, declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Província de Santa Cruz.




Algumas fotos tiradas desse lindo lugar a beira do Rio La Leona e retornamos à estrada, após atravessar a ponte.



Entramos na RP 23, deixando a RN 40, que segue para o norte. El Chaltén, agora se encontra a 90 km. Contornamos o lago Viedma e começamos a ver da própria estrada, o Glaciar de mesmo nome.





... O dia estava claro e o céu dava um show à parte, o que nos permitia a esplêndida visão dos impressionantes picos Fitz Roy e os morros irmãos, ainda a uma boa distancia da cidade. Máquina a mão, não parava de registrar esse momento. Queria eternizar aquela imagem que se descortinava a minha frente.



... Um pouco antes da entrada da cidade, o ônibus parou no Centro Administrativo do Parque Nacional Los Glaciares de El Chaltén. Os funcionários, um em inglês e outro em espanhol, explicaram o funcionamento do parque, como fazer as diversas trilhas, os cuidados necessários para se ter uma estadia agradável e sem agressões ao meio ambiente, além de informações de serviços disponíveis na cidade (Como a recente instalação do primeiro caixa automático).



Há um pequeno museu com dados sobre a formação geológica do vale, da fauna e flora local. São disponibilizados mapas da cidade e das trilhas, em inglês e espanhol.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A caminho do Peru pela Rodovia do Pacífico

No início do século XX, o então chefe da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus, engenheiro Euclides da Cunha, desembarcou na Amazônia com o objetivo de demarcar os limites territoriais nas longínquas fronteiras com o Peru. O autor de Os Sertões já vislumbrava a possibilidade da unificação do continente sul americano por meio de uma rodovia que ligasse o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. No entanto, isto só se tornaria possível um século depois, com o esforço conjunto dos governos brasileiro e peruano na execução de uma ambiciosa obra que tem o nome oficial de Corredor Viário Interoceânico Sul. Apesar das adversidades, o homem andino, em diferentes épocas, conseguiu estabelecer diversas vias de comunicação. Estradas de ferro pelas encostas das montanhas e rodovias conservadas, outras nem tanto, mas que conseguem superar grandes altitudes. Porém, ainda é possível encontrar em algumas regiões, caminhos que não são mais que um rast...

A Arte Cusquenha

Ao conquistar Cusco em 1534, os espanhóis não só iniciam mudanças profundas na história política do Império Inca, como também transformações na história da arte americana. O encontro de duas culturas fez surgir uma nova expressão artística, tendo a pintura colonial desenvolvida na cidade peruana de Cusco como resultado da confluência da tradição barroca trazida pelos colonizadores espanhóis com a arte dos indígenas americanos. Com o objetivo de catequizar os incas, muitos missionários partem para a colônia para converter a alma pagã à religião católica. Para isso utilizaram a pintura como arte eclesiástica. Assim escolas foram criadas, dando origem ao primeiro centro artístico pictórico das Américas. A grande maioria das obras da Escola de Cusco se refere a temas sacros, onde a imagem aliada à palavra seria o único meio de difundir o catolicismo. Assim estão presentes nas obras a glorificação de Jesus, a Virgem Maria e santos, o Juízo Final com as glórias do Paraís...

Os Incas

Passado o grande dilúvio, o deus criador fez surgir do alto de uma montanha nas proximidades do Lago Titicaca oito irmãos (quatro homens e quatro mulheres), que juntos caminharam pelos Andes conquistando as terras e dominando os povos que aí existiam. Não sendo oito irmãos, teriam sido dois: Manco Capac e Mama Ocllo. Os primeiros a serem criados pelo deus sol com a função de fundar o reino. Não sem antes peregrinarem até que o bastão de ouro de Manco Capac ficou totalmente encravado na terra. Ali surgiria o centro do Império Inca, o “umbigo do mundo”, onde hoje é a atual Cusco (Qosqo, em quéchua). Na ausência de relatos escritos, a imaginação vai ocupando seu espaço e surgem lendas para contar a origem do Império Inca. Porém, o mais provável é que possam ter sido aldeias, personificadas nas lendárias figuras, que em dado momento se uniram e deram origem ao povo inca. Ou até mesmo que lá chegaram quando já existiam outros povos em seus ayllus (aldeias de ...