Pular para o conteúdo principal

Canal do Panamá


Apesar da cidade ter muito o que ver, o meu objetivo maior em ter ficado por dois dias na capital do Panamá, quando retornava da viagem onde percorri a Rota Maia, foi, com certeza, apreciar por alguns minutos, essa gigantesca obra de engenharia, que vem resgatando o país do anonimato e dando-lhe ares de metrópole moderna desde 2000, quando assumiu a sua administração.


Para observar o movimento dos navios entrando no Canal, o melhor é se dirigir à eclusa de Miraflores, subir até a última plataforma do Centro de Visitantes e aguardar a passagem de um ou mais navios, que achei muito rápida, por sinal. Chegando cedo, no primeiro horário, o número de pessoas ainda não é muito grande.

Comportas abertas, navio se preparando para entrar na eclusa.

Uns carrinhos que se locomovem em trilhos de cada lado do canal, ficam ligados por cabos ao navio, ajudando-o na travessia. E esse é o único momento onde o comandante abandona o seu posto, pois no Canal do Panamá é um prático especializado que guia o navio.


Comportas fechadas do outro lado



Navio passando, com nível de água baixo



Comportas fechadas e nível de água subindo


Navio sendo elevado pela água e fazendo a travessia 



Navio terminando a travessia da eclusa


As eclusas funcionam como elevadores aquáticos que permitem suspender a embarcação e ultrapassá-la pela elevação do terreno onde foi construído o Canal. A passagem pela  eclusa é rápida, não dura mais do que 10 minutos, no entanto para atravessar todo canal são cerca de 8 a 10 horas.



O Canal do Panamá não é apenas importante para aquele país, mas é também para o Mundo. Por ele passa cerca de 14% do comércio mundial, ligando os dois mais importantes oceanos, reduz em muitos dias o transporte das mercadorias de um lado a outro do planeta.

Um navio pode pagar até USD 400.000 de pedágio nessa travessia, valor que dependerá do seu tamanho e peso. São mais de 15 mil embarcações por ano cruzando o Canal, que funciona ininterruptamente. Atualmente estão em obras de ampliação.

Para ver como começou essa história veja aqui

É bom saber...
  • Pode-se ir  ao Canal do Panamá (Eclusa de Miraflores) de carro ou taxi (há estacionamento), em ônibus “hop on, hop off”ou em tour de agência de turismo.
  • O Canal tem 80 km de extensão com três conjuntos de eclusas Miraflores, Pedro Miguel e Gatun (sentido Pacífico-Atlântico). A de Miraflores é a que está no perímetro urbano da cidade (25 km do centro) e tem estrutura turística.
  • O ingresso completo é comprado na bilheteria do Centro de Visitantes e também dá direito a assistir a um vídeo que conta a história do canal, visitar o museu onde há objetos expostos e que foram usados na construção, além de espécies de peies locais e uma cabine de navio para quem quiser dar uma de comandante e simular a travessia, sem que bata nas paredes.
  • Há agências de turismos que têm na programação a navegação pelo Canal, veja aqui .

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A caminho do Peru pela Rodovia do Pacífico

No início do século XX, o então chefe da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus, engenheiro Euclides da Cunha, desembarcou na Amazônia com o objetivo de demarcar os limites territoriais nas longínquas fronteiras com o Peru. O autor de Os Sertões já vislumbrava a possibilidade da unificação do continente sul americano por meio de uma rodovia que ligasse o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. No entanto, isto só se tornaria possível um século depois, com o esforço conjunto dos governos brasileiro e peruano na execução de uma ambiciosa obra que tem o nome oficial de Corredor Viário Interoceânico Sul. Apesar das adversidades, o homem andino, em diferentes épocas, conseguiu estabelecer diversas vias de comunicação. Estradas de ferro pelas encostas das montanhas e rodovias conservadas, outras nem tanto, mas que conseguem superar grandes altitudes. Porém, ainda é possível encontrar em algumas regiões, caminhos que não são mais que um rast...

A Arte Cusquenha

Ao conquistar Cusco em 1534, os espanhóis não só iniciam mudanças profundas na história política do Império Inca, como também transformações na história da arte americana. O encontro de duas culturas fez surgir uma nova expressão artística, tendo a pintura colonial desenvolvida na cidade peruana de Cusco como resultado da confluência da tradição barroca trazida pelos colonizadores espanhóis com a arte dos indígenas americanos. Com o objetivo de catequizar os incas, muitos missionários partem para a colônia para converter a alma pagã à religião católica. Para isso utilizaram a pintura como arte eclesiástica. Assim escolas foram criadas, dando origem ao primeiro centro artístico pictórico das Américas. A grande maioria das obras da Escola de Cusco se refere a temas sacros, onde a imagem aliada à palavra seria o único meio de difundir o catolicismo. Assim estão presentes nas obras a glorificação de Jesus, a Virgem Maria e santos, o Juízo Final com as glórias do Paraís...

Os Incas

Passado o grande dilúvio, o deus criador fez surgir do alto de uma montanha nas proximidades do Lago Titicaca oito irmãos (quatro homens e quatro mulheres), que juntos caminharam pelos Andes conquistando as terras e dominando os povos que aí existiam. Não sendo oito irmãos, teriam sido dois: Manco Capac e Mama Ocllo. Os primeiros a serem criados pelo deus sol com a função de fundar o reino. Não sem antes peregrinarem até que o bastão de ouro de Manco Capac ficou totalmente encravado na terra. Ali surgiria o centro do Império Inca, o “umbigo do mundo”, onde hoje é a atual Cusco (Qosqo, em quéchua). Na ausência de relatos escritos, a imaginação vai ocupando seu espaço e surgem lendas para contar a origem do Império Inca. Porém, o mais provável é que possam ter sido aldeias, personificadas nas lendárias figuras, que em dado momento se uniram e deram origem ao povo inca. Ou até mesmo que lá chegaram quando já existiam outros povos em seus ayllus (aldeias de ...