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Glaciar Perito Moreno


Com mais de 350 geleiras cobrindo quase metade de sua área, que é de 600.000 hectares, foi criado em 1937 e declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO em 1981. É um verdadeiro testemunho do Período Quartenário, no qual grandes massas de gelo dominavam a geografia do planeta.


Dividido em setores, ao sul, próximo ao Lago Argentino, encontra-se o Glaciar Perito Moreno. Entre os Lagos Argentino e Viedma, zona central, há vários outros glaciares e o maior da América do Sul, o Glaciar Upsala. Ao norte está El Chaltén, onde se localiza o Cerro Fitz Roy.


O Glaciar Perito Moreno, o mais conhecido de todos e por si só a grande atração,  tem esse nome em homenagem a Francisco Moreno, estudioso e pioneiro na exploração da Patagônia no século 19.


Com uma área de 200 a 250 km², forma-se no Campo de Hielo Sur (este só superado em área pela Antártida e pelo Pólo Norte) e se estende até o Lago Argentino. Seus paredões chegam a 60 metros de altura.


É o único que pode ser visto de plataformas em terra firme  e tem como atrativo as frequentes ruturas, geralmente pequenas. As grandes se dão quando o glaciar encosta na península formando uma barragem que, sob pressão, provoca o rompimento de grande camada de gelo.


Regularmente, pedaços de gelos conhecidos como “tempanos” se desprendem do paredão, que tem sua altura variando entre 30 e 60 metros, provocando um mergulho estrondoso no lago Argentino, o que faz entrar em ação inúmeras máquinas fotográficas e filmadoras ou simplesmente extasiar olhos que estão ali, aguardando este espetáculo.


Poucos minutos depois, o “tempano” submerso sobe à superfície do lago. A geleira se move e emite sons que se repetem e ecoam por toda aquela área.


O Glaciar ao bloquear o Lago Argentino, separa-o em dois, dando origem a um dique. As águas do braço Rico do Lago começam a subir e pressionar a massa de gelo, que amolece e permite que a água se filtre e rompa essa barragem, provocando um estrondo que é ouvido a quilômetros de distância. Este fenômeno se repete a cada quatro a sete anos.




O Parque está a aproximadamente 78 km de El Calafate (50 km até o Parque e mais 28 km de acesso).

Como ir|
Para se chegar, além de veículo próprio e taxi, há empresas de turismo e ônibus regulares. Estes, na época de baixa temporada são menos frequentes. No entanto o Parque está aberto o ano todo.

Vários passeios podem ser feitos no Parque, como o Minitrekking, o Big Ice, passeios de barco ou simplesmente desfrutar das passarelas o espetáculo que é a visão do glaciar.

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