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Planejamento de uma viagem ou um projeto de vida?



Faz uns  9 anos que sempre viajo em minhas férias. Esse ano não viajei. E não foi por falta de tempo e até mesmo de programação, pois cheguei a pagar e reservar com uma empresa de Portugal um tour pela Rota da Seda. Mas não deu! Vi que, mesmo com tempo de antecedência, não conseguiria obter um dos vistos necessários, pois já tinha comprado a passagem, mas por onde chegaria não seria possível obtê-lo. Desisti e perdi o sinal que paguei. A empresa também não fez qualquer esforço para me ajudar. O que ficou como lição? Viajar por sua própria conta e risco sempre será  muito melhor. Pois é, mas quando o destino se torna difícil por conta da barreira do idioma? Sim isso é um problema e foi por isso que contratei a agência portuguesa.

Nesses anos todos em que viajei, eu mesma fiz a programação,  os roteiros, as reservas e fui. Apenas numa delas tive companhia, que teve vantagens e desvantagens, como também ocorre quando se viaja sozinha. Mas para mim, a escolha por viajar de forma independente não tem como peso principal o fato de estar desacompanhada, mas sim a liberdade e o prazer de fazer toda a programação, a escolha  de onde quero ir, do que quero ver, do tempo em que quero ou não ficar em algum lugar. O agradável momento de sentar para ler e/ou ouvir e aprender  sobre o destino escolhido não tem preço!

Desde 2008 tenho como um dos principais objetivos da minha vida percorrer os diversos lugares que estão espalhados pelo mundo. Não determino quantos ou quais países, mas com certeza o máximo que puder. No entanto viajar para países cuja língua desconheço me punha apreensiva e me fazia refletir se viajar sozinha seria uma boa escolha, pois sempre enxerguei como minha principal dificuldade para atravessar as fronteiras o fato de não ter fluência em qualquer idioma. E quando se está sozinha isso chega a ser amedrontador. Mas agora resolvi que chegou a hora  de superar esse medo e ir em frente, afinal, o tempo não para e não somos eternos...

Então, para me livrar dessas garras invisíveis (ou não) que  me impedem de dobrar as fronteiras desconhecidas e, finalmente, superar o medo de não falar inglês, resolvi viajar sozinha e conhecer países do Leste Europeu. Mesmo porque lá, também, não existe unanimidade em fluência inglesa.

A partir de hoje, em posts periódicos, virei aqui relatar como esse projeto será organizado. E espero que em menos de um ano esse objetivo seja alcançado.


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